Reflexões compartilhadas

Você está convidado a visitar esta forma de compartilhar um pouco do meu pensamento. Volte sempre que quiser, e não deixe de declarar suas concordâncias e discordâncias, com relação aos meus pontos de vista.

sábado, 26 de março de 2011

O porto de muitos casais

O porto de muitos casais


Desde que aqueles casais de açorianos chegaram, e lá se vão 239 anos, esta capital da nossa província de São Pedro evoluiu de forma intensa e importante. Aquele pequeno lugarejo dos idos de 1772 transformou-se nesta moderna e complexa metrópole que conhecemos nos dias de hoje. Sob os céus de Porto Alegre, quase 1 milhão e meio de pessoas estão respirando o ar de nossa cidade, que ainda não é dos mais poluídos. A água que bebemos, mesmo quando ela tem gosto de terra e cheiro pouco agradável, chega a quase 95% da população que aqui se encontra. De cima de seus morros, temos algumas das vistas mais lindas que em uma capital se é possível ter, no nosso Brasil. O pôr do sol do Guaíba, rio, lago, estuário ou seja lá como se queira chama-lo, (e ele não se importa muito com isso, pra dizer a verdade), é um dos cenários que fazem por vezes os olhos se encherem de lágrimas ao vislumbra-lo; lágrimas de admiração, lágrimas de poesia pura, que lá acontece, quando o sol não está de folga. A avenida Beira-Rio, com seu verde intenso, com sua vizinhança esportiva, dos atletas de ocasião no parque Marinha ou de um certo estádio nas proximidades, templo para alguns, lugar indesejado para outros, conduz os veículos do centro ao sul de nossa cidade, passando por onde logo teremos mais um museu, entre vários que nossa capital possui.

Para quem gosta, os shoppings são refúgio, são lazer, são local de trabalho e de novidades. E nossa capital está repleta deles, dos mais simples e populares, aos mais sofisticados, destinados ao público mais exigente. Nos hotéis luxuosos, ou nas pensões de viajantes com poucos recursos, podemos passar a noite na companhia das estrelas que podemos ver de nossa janela. Podemos andar por calçadas que prometam a fama, e que tantos lugares interessantes oferecem, para os paladares sofisticados ou não. Quem sabe ir na cidade que não é assim tão baixa, mas que era o início do fim da zona urbana num passado já não tão próximo. Ou circular pelas badaladas casas noturnas de nossa capital, conhecidas nacionalmente, e que entre cafés, dados e grutas, preenchem todos os gostos. Aos aficcionados da 7a. arte, nosso Porto deixa para os casais muitas opções. Os cinemas que aqui temos são de dar orgulho aos que os freqüentam. Boas opções, bem distribuídas e com as ultimas novidades que aqui chegam, e que por vezes por aqui estréiam.

E muitos que aqui diariamente passam, adotam esta cidade para trabalhar, mas vem de longe, de outras cidades de nossa região metropolitana, sendo ilustres visitantes diários.

Talvez pudéssemos pensar por alguns momentos, depois de refletirmos com um olhar poético que estamos em um paraíso. Pena que esse pensamento dure somente até encontrarmos aquele menino na esquina pedindo esmola, ou aqueles tantos que moram embaixo dos viadutos e pontes de nossa capital. Veríamos logo que estamos numa cidade de muitos problemas, quando assistimos pela TV uma vila popular em chamas em plena metrópole, e 200 casas sendo queimadas. Sentimos na pele que não estamos num paraíso quando temos nossas casas invadidas, nossas coisas roubadas ou quando temos medo de andar nas ruas, por vezes escuras e sem segurança. Aqueles congestionamentos de inicio da manhã ou de final de tarde e aqueles indesejáveis e intragáveis flanelinhas que infernizam a vida dos motoristas, fazem o toque final e nos lembram que estamos em uma cidade linda, com grandes belezas e sofisticações, mas que é uma cidade como todas as outras, no que se refere as dificuldades, aos problemas, as desilusões. Por que nesta nossa capital de todos os gaúchos, habitam todos os tipos de casais. Daqueles da Bela Vista, um dos nossos bairros nobres, àqueles que habitam em morros ou em tantos casebres distribuídos pela nossa capital. Estes últimos, por vezes sem luz, sem água, sem um mínimo de dignidade humana, lutando diariamente para sobreviver e para alimentar as suas famílias com decência e sem entrar na tentação do crime, são heróis silenciosos de nossa metrópole. Não são os únicos heróis, pois aqui tivemos golpes militares vitoriosos e frustrados, temos empreendedores que lutam para criar e manter empregos nestes dias de dificuldade, temos jovens que buscam seu caminho, numa era de incertezas, e temos principalmente, cidadãos, estes os verdadeiros donos da nossa capital, aqueles que tiveram e sempre terão o verdadeiro poder nas mãos, o poder de transformar as coisas através de sua mobilização, através de sua organização e através de seu voto. Porque neste momento, no momento da decisão de apertar o botão verde da urna eletrônica, Porto Alegre se transforma de verdade naquele porto, no porto de todos os casais. Parabéns Porto Alegre pelos 239 anos de vitórias e lutas.

Mediação e arbitragem - O papel do mediador

O papel do mediador


A cada dia que passa, as complexidades do mercado vão aumentando. Novos tipos de negócios vão surgindo, tomando o lugar daqueles que tradicionalmente existiam, ou pelo menos fazendo com que estes antigos negócios tenham que se adaptar de maneira importante. Juntamente com esses novos negócios e com a adaptação dos antigos, surge a necessidade de novos tipos de acordos entre as empresas, novos tipos de contratos, de modo que permaneçam da melhor forma possível os vínculos entre as empresas ou entre as pessoas envolvidas em negócios.

Por mais que avance a tecnologia, os tipos de negócios e o conhecimento, permanece a necessidade do regramento das atividades, e principalmente dos acordos. Na verdade cresce esta necessidade, à medida que crescem os mais diferentes tipos de atividades humanas, que por se tornarem cada vez mais complexas acabam gerando conflitos inevitavelmente em algum momento da trajetória dos negócios realizados.

Em muitas situações, eventuais parceiros de negócios, muitas vezes com inúmeras operações realizadas em conjunto e com muitas ainda por realizar, divergem em uma determinada situação que envolva as suas relações.

Estas partes, tem o máximo interesse em continuar a realizar o restante dos seus negócios em conjunto, de concluir da melhor forma possível os contratos de que dispõem em conjunto, mas para que os negócios possam seguir na sua normalidade, é imperioso resolver esta importante divergência que atrapalha o bom andamento das atividades.

De outro lado, existe o fator tempo, que também é significativo, pois enquanto as pendências não estiverem resolvidas, e por a normalidade não estar atingida, estão ocorrendo prejuízos de alguma espécie, seja em termos de confiança, de relacionamento ou diretamente financeiros mesmo.

Em casos como este, onde existe uma relação de confiança entre as partes, o interesse fundamental de resolver o impasse que existe entre elas, e a necessidade de celeridade em todo este processo, pode-se aplicar uma forma dos chamados MESC - Métodos Extrajudiciais de Solução de Conflitos.

Estes métodos primam por evitar a necessidade do uso da justiça estatal, notadamente lenta, e que tende a trazer dificuldades mais profundas de relacionamento entre as partes, uma vez que inevitavelmente, haverá uma parte vencida e uma parte vencedora.

Utilizando-se a Mediação, que é um dos MESC, e mediante a existência dos pressupostos que já foram citados, é possível resolver conflitos como estes de forma rápida, menos onerosa e com menores seqüelas no relacionamento.

Para que se possa fazer isso, as partes em comum acordo, deve escolher um mediador, que é uma figura de notória confiabilidade que as partes estarão buscando, por sua livre vontade, para auxiliar na solução do conflito.

O mediador não é um juiz, e não deverá indicar a solução dos problemas. Também não estará censurando ou indicando eventuais caminhos que existam para se buscar a resolução do impasse.

A função principal que um mediador deve exercer é a de estabelecer ou reestabelecer um canal de comunicação entre as partes envolvidas no conflito. Muitas vezes este canal está fechado, justamente devido ao problema existente, que pode diminuir o grau de confiança e de abertura entre elas.

Por esta razão, o mediador deve ser absolutamente neutro para com as partes, de modo a poder conquistar a confiança delas, e paulatinamente ir eliminando as barreiras de comunicação que tenham se estabelecido ao longo da existência do conflito.

O mediador deve interferir o menos possível no andar das conversações, sendo um verdadeiro aproximador, um elemento de agregação das partes, alguém que vai fazer com que as partes antes distantes e com falta de confiança entre elas, voltem a poder conversar, negociar, e buscar conjuntamente o melhor caminho para poder solucionar aquele momento de desentendimento.

Quanto menos percebida for a atuação do mediador no processo, mais fácil para as partes buscarem o entendimento, pois não estarão se sentindo manipuladas no processo, e não estarão sentindo parcialidade por parte do terceiro envolvido.

O mediador precisa ter condições de identificar junto as partes envolvidas as verdadeiras razões, os verdadeiros interesses que estão por trás do problema em questão. Muitas vezes nem mesmo as partes são capazes de identificar as raízes do conflito. Assim, esta é uma das maiores dificuldades que o mediador estará enfrentando dentro do processo.

Para ter condições de realizar esta tarefa, o mediador deve utilizar-se de várias ferramentas, como a observação das partes envolvidas e principalmente o questionamento.

Através da aplicação destas ações e de múltiplas técnicas, será possível para o mediador penetrar em profundidade no que realmente está sendo discutido entre aquelas pessoas, e deste modo poder facilitar o processo de comunicação e negociação de uma forma mais direta e eficaz.

Uma vez identificados os reais interesses das partes envolvidas e os verdadeiros problemas que estão sendo discutidos, devem ser apresentadas opções para que se resolvam estes problemas, de modo que as partes, em comum acordo, possam encontrar aquela que mais sejam adequadas aquele caso, naquelas circunstâncias.

O ponto culminante de um processo de mediação é quando o mediador após ter tido a habilidade de ouvir as partes, aproxima-las e auxiliar no processo de negociação, consegue fazer com que as mesmas cheguem a um acordo. Neste momento é de vital importância que seja escrito este acordo, para que o mesmo seja claramente conhecido pelas partes, para que não paire nenhuma espécie de dúvida sobre o que ficou decidido, e para que as decisões possam ser cobradas nos devidos prazos.

Neste ponto, é também importante frisar que o papel do mediador não é de emitir qualquer tipo de juízo a respeito do acordo que está sendo firmado, pois quem tem o poder de decisão sobre o mesmo são as partes, e por mais que um terceiro perceba de maneira diferente, se as partes estiverem satisfeitas, é o suficiente para que o acordo seja celebrado.

E fundamentalmente, há de se lembrar que o papel do mediador exige o mais absoluto sigilo sobre tudo o que foi discutido, sobre toda a problemática que foi analisada e sobre os termos do acordo firmado.

Esta modalidade de solução de conflitos, quando exercida por profissionais com os necessários requisitos, e com a colaboração das partes, tende a ser um enorme mecanismo de agilização para as empresas/pessoas envolvidas. A solução para difíceis impasses vem de forma rápida, menos traumática e notadamente em forma de consenso entre as partes.

Sem dúvida alguma é uma forma de solução de conflitos moderna, e que deverá estar sendo cada vez mais utilizada pelas empresas na busca de agilização para seus momentos de confrontos.

E cada vez mais se buscará mediadores revestidos dos conhecimentos técnicos necessários para a boa condução dos processos, de forma rápida, sigilosa, confiável e eficaz.

Poder judiciário e arbitragem

Poder judiciário e arbitragem


No moderno mundo dos negócios de hoje, existe algumas palavras chave que norteiam as atividades das empresas e das pessoas. Muitas são importantes, mas há pelo menos duas que são fundamentais: agilidade e economia.

Por agilidade podemos entender a capacidade da pessoa ou da empresa resolverem de forma adequada e rápida aquele assunto a que ela está se propondo, seja este assunto referente a operação da própria empresa, seja a solução de um problema, ou mesmo a solução de um determinado conflito.

Quando mais a empresa ou pessoa tiver condições de ser ágil na conclusão das ações a que ela se propor, mais ela estará trabalhando no sentido de atingir a outra palavra de igual importância, referida anteriormente.
Agilidade hoje significa redução de custos, diminuição de tempo e de pessoas envolvidas, ganho de produtividade e otimização de recursos. Agilidade hoje é sinônimo de economia.

Deste modo, as empresas buscam a agilidade não somente para atender de forma mais adequada os seus clientes internos e externos, mas também para ter um ganho real importante, que pode ser decisivo na diminuição de custos e aumento das margens de lucro, no mercado extremamente competitivo que vivemos.

Quando uma empresa ou uma pessoa se vê envolvida com o poder judiciário em nosso país, surgem certamente duas palavras que são exatamente o oposto das desejadas e já discutidas. Lentidão e gasto de recursos, muitas vezes sem que se possa ter uma idéia mais concreta de até onde eles chegarão.

O sistema jurídico de nosso país permite que processos de pequena complexidade tenham uma permanência dentro do âmbito judicial de muitos anos, em função de inúmeros recursos que podem ser impetrados, nas mais diversas instancias do poder.

Pequenos problemas que poderiam ser facilmente resolvidos, com pequeno prejuízo para as partes envolvidas, acabam se tornando ao longo dos anos, fonte de conflitos ainda maiores, fonte de gastos importantes e de demoras planejadas em se resolver uma determinada situação.

Muitas empresas ou pessoas aproveitam deste emaranhado de recursos e instancias para protelar a solução do problema efetivamente em questão, ganhando tempo e por vezes provocando prejuízos a outra parte envolvida.

Nosso poder judiciário é lento também pelo acúmulo de processos, que mesmo tendo decisão contrária em instancias superiores em casos semelhantes, são repetidamente encaminhados aos juizes de primeira instancia que se vêem obrigados a dar pareceres sobre situações que eles mesmos sabem que serão discutidas durante anos a fio para somente então encontrar o caminho da resolução do problema.

Perante esta realidade de dificuldades, lentidão e altos custos que são fatos concretos na maioria dos processos que envolvem o nosso poder judiciário, há que se buscar alternativas mais viáveis para a resolução de conflitos.

Assim, a arbitragem pode ser uma destas formas de resolução de conflitos, sem a necessidade de uso da máquina judiciária estatal.

Longe de querer usurpar o poder dos juizes estatais, esta modalidade de resolução de conflitos vem auxilia-los, através da rápida resolução de fatos que poderiam estar atravancando ainda mais as já sobrecarregadas varas de nossa justiça.

Ao contrário dos juízes de direito, que assim o são 24 horas por dia, em todos os momentos, ao longo de toda a sua vida profissional, o árbitro somente o é quando a expressa vontade das partes envolvidas em uma situação de litígio assim entender e com ele firmar a utilização de um procedimento arbitral.

Antes do início, e após o término deste procedimento, o terceiro envolvido não é mais considerado um árbitro, salvo se estiver envolvido em outro procedimento arbitral. A principal característica de um procedimento arbitral é a soberania da vontade das partes. Elas constituem o procedimento arbitral, escolhendo este caminho, escolhendo a pessoa ou pessoas que estarão exercendo a função de árbitro, ou escolhendo qual a entidade que estará sendo utilizada para realizar a arbitragem. Tudo isto é definido através da Convenção de Arbitragem, manifesta pela cláusula compromissória ou pelo compromisso arbitral.

O tribunal arbitral é constituído uma vez designados os árbitros que estarão analisando a determinada questão. Uma vez constituído este tribunal o mesmo dispõe de no máximo 6 meses para chegar a uma sentença sobre o assunto em questão.

A sentença que for determinada pelo tribunal arbitral não pode ser alterada por qualquer juiz estatal. O que pode ocorrer, por eventuais erros de formalística ou por desrespeito aos prazos legais, é a anulação ou a declaração de inexistência ou nulidade da sentença arbitral. Mas jamais um juiz estatal pode modificar a sentença determinada por um tribunal arbitral.

Do mesmo modo, outro juiz arbitral também não pode modificar sentença que já tenha sido fornecida sobre um determinado tema, a menos que a expressa vontade das partes tenha permitido a possibilidade de recurso para uma ‘segunda instancia’ de juízo arbitral, o que é muito incomum e indesejado.

Uma vez determinada a sentença arbitral sobre uma questão, esta tem poder de ser executada, caso a parte vencida não tenha voluntariamente atendido a ela nos prazos definidos.

Pode-se perceber a enorme validade da utilização de tais procedimentos arbitrais. É difícil de se imaginar algum tipo de ação que percorra os caminhos da justiça estatal e que tenha sua conclusão no prazo máximo de 6 meses. Do mesmo modo, os custos com o tempo gasto no processo e em todos os seus recursos normalmente será muitas vezes maior do que aquele necessário para viabilizar a solução de um problema pelas vias do juízo arbitral.

A medida em que mais empresas e pessoas venham tomar conhecimento do funcionamento e das vantagens da utilização destes procedimentos, e em que entidades tomem para si a responsabilidade de administrar as câmaras de arbitragem com todas as suas questões organizacionais e burocráticas, dando-lhes suporte e credibilidade, este método passará a ter condições para a diminuição da sobrecarga do sistema judiciário estatal.

Muitos dos paises em estágio de desenvolvimento mais avançado do que o nosso Brasil já adotam há muito tempo tais procedimentos, servindo de exemplo para que o nosso incipiente sistema de juízo arbitral possa se espelhar.

Os prazos e as cobranças

Os prazos e as cobranças




Normalmente na nossa vida vivemos correndo contra o tempo. A cada instante, somos submetidos a limites impostos por nós mesmos ou por outros. As vezes é aquela conta que temos que pagar até um determinado dia, ou aquele trabalho que temos que desenvolver até a semana que vem, ou mesmo aquele novo filme que pegamos pra assistir e que temos que devolver até dali a dois dias.

O brasileiro tem fama de que só se preocupa em realizar as suas tarefas quando os prazos estão praticamente esgotados. Que não procura planejar ao longo do tempo disponível a melhor forma, a melhor estratégia para desenvolver a atividade, de modo a melhor utilizar-se do prazo. Claro que há um pouco de injustiça quando se faz uma afirmação dessas, mas a verdade é que em geral, o brasileiro realmente deixa tudo para a ultima hora, se não for mesmo para o último minuto.

Mas então, será que os prazos e as cobranças são mesmo os vilões da história? Por mais desagradável que seja saber que temos um prazo se esgotando, ou que temos alguém preparado para nos cobrar por uma determinada tarefa, a verdade é que os prazos e as cobranças são uma forma importante de motivação que temos.

Não houvessem os prazos, deixaríamos para realizar aquelas atividades que não gostamos, por mais importantes que fossem, somente quando verdadeiramente estivéssemos dispostos a faze-la. De outro lado, somente estaríamos preocupados com aquelas coisas que gostamos, somente estaríamos fazendo o que achamos agradável, prazeiroso.

Claro que é uma forma bastante discutível de se encarar as coisas, mas a verdade é que se passarmos a aproveitar o fator motivacional que temos, através dos prazos, podemos ter até mesmo um considerável ganho de produtividade. Podemos passar a produzir com mais qualidade e rapidez, se prestarmos atenção nos prazos que temos, organizarmos as nossas tarefas em função disso, e consideramos que estes prazos são uma diferente espécie de aliados que temos para desenvolver nossas tarefas.

Por outro lado, quando sabemos que existe uma pessoa ou grupo de pessoas que estará nos cobrando pela realização de uma tarefa, ou que estará analisando o que fizemos, para verificar o grau de qualidade, a forma como foi desenvolvido o trabalho e seu resultado, com certeza passaremos a desenvolve-lo com muito mais cuidado, interesse e qualidade, do que na situação em que ninguém estará nos cobrando pelo trabalho realizado.

Muitas vezes ao final do desenvolvimento de uma tarefa, pensamos que poderíamos tê-la executado de uma forma mais rápida e de melhor qualidade. Mas se somos nós mesmos a cobrar, as vezes somos por demais exigentes, ou por demais condescendentes, e somente algumas vezes realmente justos conosco mesmos.



As auditorias, as conferências, as análises posteriores, realizadas por pessoas que vem verificar o nosso trabalho, podem ser também um objeto de preocupação, de um certo receio. Mas com certeza podemos encará-las com os olhos de mais uma razão para desenvolvermos logo o nosso trabalho, a nossa atividade, da forma mais rápida e de melhor qualidade com que tivermos condições de atuar.



Procurar ver o lado bom das adversidades ou das coisas que nos desagradam, que nos pressionam, nem sempre é fácil, nem sempre é algo que conseguimos. Mas se pudermos desenvolver esta habilidade, estaremos aproveitando uma grande fonte de energia motivacional, e poderemos estar desenvolvendo um trabalho com diferencial em relação aos nossos concorrentes, sejam eles quem forem.



Sem prazos, sem cobranças, o bicho homem pode acabar sendo um pouco mais próximo de um outro bicho... o bicho preguiça.

Identificando os momentos de decisão

Identificando os momentos de decisão




Cada um de nós vive a cada momento um instante em que precisa definir o que deve ou que não deve fazer. Em cada instante, tomamos alguma decisão, realizamos alguma escolha, que trás com ela, inevitavelmente, uma renúncia. Se escolhemos entrar por uma rua, ou atravessar para o outro lado da calçada, estamos imediatamente renunciado a outra opção que tínhamos. Não é nenhuma novidade para nós, estarmos deparados com aquele instante em que precisamos colocar de lado todos os demais afazeres, todos os demais planos, para enfrentar um momento importante, ou uma decisão inadiável.



Se levarmos essa nossa necessidade para o campo profissional, também lá temos ainda mais, a obrigação de tomar as decisões que vão nos levar a tomar as atitudes necessárias para manter no rumo desejado os nossos negócios, as nossas obrigações, as nossas metas. Ou, se assim for necessário, para mudar o rumo que vínhamos tendo, procurando encontrar novas soluções ou novos caminhos para poder corrigir aquilo que não está devidamente de acordo com o que nós queremos.



Muitas destas decisões são tomadas sem que ao menos tenhamos que refletir muito sobre elas, quase que automaticamente, baseadas nos indicadores que temos, na nossa própria certeza e nos dados que temos. Em alguns segundos, mudamos o rumo de nossas atitudes ou as mantemos como estavam.



E esta é a obrigação que o mundo em que vivemos nos dá, ser rápidos nos processos de tomada de decisão e de reação, para evitar que sejamos sobrepujados pelos nossos concorrentes ou que adotemos uma atitude demasiadamente tarde, ou baseada em dados inadequados. Velocidade, agilidade, reflexão cada vez mais rápida.



Entretanto, existem determinados momentos, e determinadas decisões que obrigatoriamente devem ser tomadas com mais cuidado, com muito maior reflexão e analisando o maior número de detalhes possíveis.

Apesar de a cada instante estamos tomando decisões, estes momentos especialmente importantes são os chamados ´Momentos de Decisão´. Neles é que somos obrigados a alterar de forma mais profunda os nossos rumos, a tomar as medidas mais difíceis ou aquelas mais impactantes. E muitas vezes, temos dificuldades de identificar quais são estas decisões que precisamos de maior cuidado para tomar. Ou, se as identificamos, acabamos não dando a elas a devida atenção e a devida reflexão.

As grandes decisões de nossa vida, são facilmente identificáveis quando vem acompanhadas de alguma tragédia pessoal ou profissional, que as torna não menos difíceis, mas menos ocultas. Difícil é identificar dentre todas aquelas que temos que enfrentar no nosso dia a dia, as que gerarão impactos mais profundos para nós mesmos, para nossos negócios ou nossos colaboradores.



Claro que cada circunstância é diferente, e isso torna impossível a existência de fórmulas prontas para identificar estes momentos, mas o que se pode fazer para torna-los mais claros na nossa mente, e para que tenhamos com eles a devida atenção, é dedicar alguns instantes a mais antes das nossas decisões mais corriqueiras.

Aumentar em alguns segundos o nosso processo de decisão ou de reação, e aproveitar estes instantes a mais para meditar sobre as conseqüências das atitudes que iremos tomar, ou sobre cada uma das possibilidades que temos, nos dá mais chance de tomarmos a decisão correta, ou pelo menos nos dá a chance de evitar os erros mais grosseiros.



E talvez, desta forma, possamos tomar grandes decisões, aquelas que de fato afetam as nossas vidas, aquelas que mudam os nossos caminhos, de forma mais clara e mais tranqüila, e sem que as tenhamos diferenciado daquelas decisões mais corriqueiras de nossos dias.

Afinal, muitas vezes os desdobramentos de pequenos atos, acabam sendo extremamente importantes e influentes no prosseguimento de nosso trabalho e de nossas vidas.

Empreender para vencer

Empreender para vencer




Todos os dias, em todas as partes do mundo, o sol se levanta pela manhã, e com ele chegam todas as responsabilidades e todas as obrigações que as pessoas tem. Junto com o sol, surgem a cada dia as contas que temos que pagar, as pessoas com quem temos que conversar, os desafios que temos que superar. Não importa onde estejamos, não importa qual o tipo de atividade em que estivermos envolvidos, não importa o grau de escolaridade que tenhamos, nem mesmo a idade que nós já tenhamos acumulado. Uma das certezas da vida é que o sol estará presente na manhã seguinte, e que teremos muitos desafios a enfrentar no nosso caminho. Claro, por vezes o sol fica escondido por trás das nuvens, e sequer podemos vê-lo. Mas sabemos que ele lá está, acima de todas as nuvens, soberano, imponente, gracioso e poderoso.

Assim também nas nossas vidas, os nossos compromissos, as nossas obrigações, as nossas responsabilidades estão presentes sempre. Mesmo que tenhamos vontade de esquece-los, ou de fingir que não existem, lá estão, esperando por nós, a cada novo dia.

Num país em um estágio econômico que costumamos chamar de ´em desenvolvimento´ como é o caso do Brasil, temos que agregar as nossas responsabilidades do dia a dia, um grau de incerteza bastante considerável. As regras econômicas de nosso país estão bem mais estáveis do que uma década atrás. Mas não temos a certeza de que algum novo escândalo não surgiu, no governo ( federal, estadual ou municipal), ou que as fragilidades de nossa macro-economia não tenham feito com que em função de alguma instabilidade internacional o dólar subitamente tenha se valorizado 10% em pouco mais de 2-3 dias.

Tudo isso torna o nosso trabalho mais difícil, e por mais que tenhamos exercitado o nosso dom da futurologia, realizando os nossos planejamentos estratégicos, seja nas nossas empresas ou nas nossas vidas, não temos condições de saber o que está nos aguardando naquela nova manhã.

Mais ainda... nestes tempos pós Bin-Laden, as vezes ficamos esperando o noticiário pra saber em que parte do mundo desta vez as bombas explodiram, qual o novo ataque, onde ocorreu a tragédia do dia.

Tudo isso serve de pano de fundo para aquelas nossas atividades... o nosso trabalho, o humor de nossos chefes ou dos nossos funcionários, as dificuldades em entender e atender os nossos clientes, internos e externos. Os prazos que parecem ser cada vez mais curtos quando temos que pagar uma conta, e cada vez mais longos quando temos que recebe-la. As nossas famílias que cobram, com razão, um momento a mais de dedicação para com elas, um momento a menos de preocupação com os negócios, com os estudos, com as contas, com a vida ´dos outros´.

Não... quando nascemos ninguém nos disse que a vida seria fácil, e por isso não tivemos essa ilusão. Mas a todo momento as pessoas e as coisas insistem em nos mostrar que as coisas são complicadas, são difíceis.

O que fazer para vencer cada novo dia, e com ele cada um dos novos ( e velhos ) desafios ? Só existe uma forma... empreender.

Sim, empreender na mais ampla concepção da palavra... perceber os desafios, as dificuldades, os problemas, e buscar soluções para cada um deles. Procurar aliados para junto conosco burlar as incertezas e os momentos de insegurança, aqueles onde procuramos de todas as formas provar a nós mesmos que não conseguimos, que não temos força, que não somos capazes.

E a cada dia temos a obrigação, mais do que a opção, de ser empreendedores. A obrigação de ter em nossas vidas aquilo que de melhor existe dentro de nós e nos impulsiona a encontrar as soluções. Não importa se somos estudantes de uma faculdade ainda no primeiro semestre, se estamos preocupados com os primeiros dias de nosso estágio, se temos uma empresa com 10.000 funcionários para conduzir, se somos funcionários dentro de uma organização onde temos uma chefia a responder, ou mesmo se somos responsáveis por toda uma cidade, um estado ou um país.

Não importa. Dentro daquelas certezas da vida, (e o fato de que iremos pagar muitos impostos é uma delas), está a necessidade de sermos a cada dia mais e mais empreendedores, dentro da atividade que exercemos, dentro da organização que trabalhamos, dentro do local que estudamos, dentro do momento que vivemos.

Afinal de contas, pra podermos vencer, não existe outro caminho a não ser termos este sentimento empreendedor dentro de nós, e exercita-lo a cada dia, com mais e mais intensidade. Somos empreendedores aqui no Brasil, e só venceremos os desafios e as limitações que temos, com criatividade, inovação e coragem. E no Brasil, temos a cultura da adaptação, que pode ser uma grande vantagem, se não for usada somente como ´jeitinho´, mas como forma de enfrentar as incertezas do mercado, se adaptar aos novos momentos, e construir rapidamente as novas soluções que o mercado exige.

Podemos ser muito mais competitivos, por sermos mais ágeis para implementar mudanças, para enfrentar os problemas.





Vamos arregaçar as mangas e trabalhar, e empreender. Assim, e somente assim, vamos construir algo melhor para o futuro. Empreender para vencer. Esse é o desafio.

Capacitação empreendedora

Capacitação empreendedora




Uma das escolhas mais difíceis na vida de uma pessoa que habita este nosso planeta nestes primeiros anos do século XXI é qual carreira seguir. De um lado está o interesse por uma determinada área, a paixão por uma atividade, que é fundamental, mas que não é o único aspecto a ser considerado. De outro lado está a realidade do mercado, que cria novas atividades, novas profissões, a medida em que o avanço tecnológico prossegue correndo a passos largos. Este mesmo mercado, este mesmo avanço tecnológico também produz a obsolescência de atividades que durante décadas foram consideradas importantes. E no meio disto tudo está a pessoa que precisa definir como conduzir a sua escolha de carreira.

Como conduzir esta escolha, considerando todos estes fatores, pode ser um dos grandes fatores de geração de stress para os adolescentes, ou para qualquer um que está atravessando este momento em sua vida.

Mas o mundo de hoje também permite que tenhamos mais de uma carreira, ou que pelo menos, tenhamos a condição de alterar a nossa escolha mais na frente. O fato de termos escolhido uma determinada trilha a seguir, não significa que teremos que caminhar por ela durante toda a nossa vida profissional. Hoje se aceita que os relacionamentos afetivos, os casamentos, podem não durar pela vida toda. Ora, podemos também nos ´divorciar´ de uma escolha profissional que não foi a mais adequada. Ou de uma escolha que pode ter sido ótima no momento em que foi feita, mas que com o passar do tempo, com a evolução do mercado e das pessoas, tornou-se menos interessante. Pode-se mudar, e o mercado aceita essa possibilidade.

Com certeza, esta possibilidade de vir a corrigir a ´rota´ de nossa vida profissional, é algo que torna menos pesada a tarefa de escolher nosso rumo, nossa carreira. Mas claro, isso não diminui a necessidade de uma escolha responsável e muito pensada, para evitar desperdício de recursos e de tempo, em nossas vidas. Afinal dinheiro, recursos, podem ser recuperados, mas o tempo jamais pode ser estendido. O tempo que consumimos em uma determinada atividade, numa carreira, jamais voltará para nós. Por isso ele é tão valioso.

Se tivermos uma mudança de caminho, de carreira, ou de forma de enfocar a vida profissional, é importante que a nossa experiência anterior possa servir de embasamento para o futuro. Uma capacitação empreendedora é o que é mais valorizado pelo mercado no atual momento.

Essa capacitação empreendedora, envolve os mais diversos aspectos: o acadêmico, que leva em conta o tipo de formação que a pessoa teve, faculdade, resultados, local onde estudou. Mas tão ou mais importante do que isso é o aspecto de experiência, de vivência.

Tudo aquilo que contribui para a construção de uma carreira, as vivências, os idiomas, as viagens, os acertos, mas também os erros. Pois uma pessoa que teve erros no passado, teve experiências, passou por momentos de decisão, pela pressão de seguir um caminho.

O erro é valorizado por que muitas vezes é mais instrutivo do que muitos cursos, pois leva a pessoa a analisar, a interpretar a buscas soluções para o futuro.

Mas uma verdadeira capacitação empreendedora envolve além dos aspectos acadêmicos, além da experiência, dos erros e dos acertos, a necessidade de jamais deixar de buscar informações, jamais se julgar que se está ´pronto´.

Existe uma frase que explica bem este conceito. Ela diz que ´Quando penso que sei todas as respostas, vem o mundo e muda todas as perguntas´.

Esta grande verdade torna claro que todos os profissionais que valorizem as suas carreiras, considerem-se obrigados a jamais deixar de buscar o aprendizado. E ele vem pelo acompanhamento dos fatos, através de cursos, de eventos, de redes de contatos, e de atividades nem sempre ligadas diretamente ao negócio.

A construção de uma carreira sólida passa pelo constante aprender. Quando tivermos a impressão de que estamos ´prontos´, é apenas mais um momento para buscarmos nos qualificar mais ainda. Temos sempre que lembrar que caso não sejamos nós aqueles a nos preocuparmos com a carreira, com o aprimoramento constante, existirá alguém a se preocupar por nós ? Dificilmente a resposta a essa pergunta será sim. Mas com certeza haverá outras pessoas, os concorrentes, que estarão preocupados com a sua própria qualificação, e com isso adquirindo vantagens competitivas, que podem fazer a diferença, num mercado difícil e combativo como aquele que vivemos hoje.

Podemos cometer muitos erros em nossa carreira, em muitos casos podemos corrigi-los ou mesmo escolher caminhos diferentes. Mas o que não podemos nos dar ao luxo de fazer é de não aprender com esses erros, e não procurar se tornar a cada dia um profissional melhor, através de todos os mecanismos possíveis para que tenhamos uma capacitação forte, uma capacitação ampla, uma capacitação empreendedora.

Ambição x destruição

Ambição x destruição


Cada um de nós ao longo de sua existência vai aos poucos acumulando uma determinada quantidade de bens. Muitas vezes as pessoas dirigem toda a sua vida apenas e tão somente no sentido de conquistar a maior quantidade possível de coisas, sejam essas materiais ou imateriais. Por vezes as pessoas se tornam cegas e passam a ser escravos da necessidade de conquistar mais e mais, e jamais se tornam satisfeitas com aquilo que possuem. Aquele apartamento que foi adquirido já não satisfaz mais, pois o status obriga que se tenha um apartamento maior em um bairro mais badalado. O carro, que já tem 2 anos de uso não pode mais ser utilizado. Tem que se ter um carro zero, de preferência um modelo caro, pra que todos possam ver quanto somos importantes. Dinheiro ? Sim... muito e cada vez mais dinheiro... que acaba levando as pessoas a um caminho: quanto mais dinheiro, quanto mais bens tem, mais e mais querem. E os escrúpulos, a moral, o caminho do correto, por vezes fica esquecido, relegado a escassos momentos em que a consciência ( ou o que restou dela ) procura seu ‘dono’ para lhe falar.

A busca dos bens materiais é uma das coisas mais incrivelmente complicadas que a existência humana enfrenta. Afinal, somos obrigados a buscar um equilíbrio. De um lado, precisamos querer estar em uma situação melhor do que a que estamos, precisamos procurar nos desenvolver profissionalmente, trazer melhores condições para nós e para nossas famílias. Devemos querer e buscar progredir. Devemos ser ambiciosos no sentido de procurar o crescimento, o desenvolvimento, aquilo que ainda não temos e que temos condições de buscar, de conquistar, com o nosso trabalho, com o nosso esforço, com os nossos investimentos.

Quando não somos ambiciosos, quando não procuramos alcançar uma situação melhor do que aquela em que vivemos, acabamos correndo o risco de nos tornarmos insatisfeitos, depressivos, pessoas que acabam sendo companheiros fáceis do álcool, das drogas ou dos vícios.

Ora... se somos ambiciosos, corremos o risco de cair na ambição desmedida, imoral, em limites. Mas por outro lado... se não somos, talvez acabemos tendo uma existência menor, uma existência medíocre ou insatisfatória para as nossas necessidades e de nossas famílias.

Como manter o equilíbrio ? Como conseguir chegar longe, ou pelo menos como conquistar aquilo que temos condições, ou parte do que temos condições mantendo os nossos princípios e ideais ?

Lógico que não existe uma fórmula mágica para essas difíceis e filosóficas questões, mas existe algumas coisas que podem nos tornar mais fortes para manter a retidão de nossa caminhada.

Um dos sintomas da ambição desmedida é o ciúme, a inveja, no sentido de olhar para o lado e querer mais e mais, apenas porque o nosso vizinho, o nosso ‘amigo’, o nosso colega, tem algo a mais do que temos. E quando começamos a conspirar para ter, de qualquer forma, a qualquer custo aquilo que se tornou o nosso objeto de desejo... então é sinal que fomos picados e estamos seriamente infectados pelo vírus da ambição desmedida.

Para se progredir na vida, não existe caminho que não passe pelo sonho, afinal ele é que surge como nosso inspirador, e guia o nosso caminho quando estamos andando por um momento de céus sem estrelas, ou de dias sem sol. Quem não sonha, dificilmente consegue conquistar aquilo que deseja, e a razão é muito simples. Quem não sonha, quem não imagina-se chegando a algum lugar, quem não busca algo... vai permanecer em sua posição de conforto... vai permanecer como está. Talvez para, lá na frente, reclamar de sua vida, ou sentir inveja de seu vizinho.

O sonho é nosso companheiro, nosso amigo, nosso irmão, mas pode se tornar algoz se apenas permitirmos que ele seja... um sonho. Um sonho que jamais perseguimos, ou jamais procuramos alcançar, acaba sendo também, ao invés de fonte de inspiração, fonte de frustração.

O sonho é um tipo de ambição ? Com certeza. Afinal o lado positivo da ambição é que ela nos move rumo a algo que queremos... neste caso, a conquista de nosso sonho. Mas é uma ambição construtiva, uma ambição criativa, algo que pode ser bom para nós, para nossos familiares, nossos amigos, e as pessoas que nos rodeiam.

A ambição se torna destrutiva quando perdemos o controle sobre ela. Quando ela passa a tomar comando de nossas ações, acabamos sendo meros espectadores de nossos caminhos, que vão rumando vagarosa e penosamente a destruição a dor, e aos piores destinos.

Talvez as palavras chaves para tudo isso sejam equilíbrio, bom senso, que são ‘bens’ ou ‘ativos’ importantes, fundamentais em nossas vidas, mas que por mais dinheiro, por mais poder, por mais coisas materiais que venhamos a ter, jamais conseguiremos compra-los ou rouba-los de alguém. São coisas que desenvolvemos ao longo de nossas vidas, de nossos caminhos, em função de nossa formação de nossas famílias, nossa criação, nossas experiências.

Talvez uma medida para o nosso grau de retidão no que se refere a ambição, seja aquela velha ‘máxima’ que se aplica à liberdade, mas que perfeitamente pode ser trazida para esta questão. A nossa liberdade acaba onde começa a do nosso semelhante. A nossa ambição é demasiada, quando estamos ferindo o nosso semelhante, quando estamos, consciente ou inconscientemente, prejudicando outras pessoas, trazendo sofrimento e dor. Sofrimento e dor esses, que no final das contas, acabam sendo distribuídas para nós mesmos.

Ambição sim... destruição... jamais.

Motivação vencedora

A motivação vencedora




Todos os dias quando acordamos temos pela frente uma série de compromissos, uma série de desafios. Normalmente pensamos conhecer a maioria dos desafios que teremos naquele dia, e estamos preparados ( ou deveríamos estar ) para enfrenta-los. No entanto, o que acontece é que além das coisas para as quais estávamos preparados existem diversas outras, boas e ruins, que surgem em nosso caminho, em nossos dias. Nem sempre estamos preparados para estes desafios inesperados. E mais do que isso: muitas vezes o nosso estado de espírito não está também preparado para enfrentar estes inesperados obstáculos. Como resultado disso, sentimos por vezes aquele peso nos nossos ombros, aquele sentimento de que está tudo errado, que tudo é mais difícil conosco, que para nós nada funciona.

Claro que nem sempre é possível enfrentar de forma impassível os mais variados problemas, mas não podemos deixar que estas eventuais dificuldades inesperadas acabem mudando o nosso humor ou mesmo alterando o nosso empenho em obter os resultados que precisamos, ou que buscamos.

Através do planejamento, através da execução das tarefas utilizando as melhores práticas administrativas e do acompanhamento de indicadores é possível prever ou mesmo evitar um grande número de problemas que poderíamos vir a ter.

Entretanto, sabemos desde os primeiros dias de nossas vidas que a maior de todas as certezas é que estaremos sendo desafiados a cada instante não apenas pelas coisas para as quais estamos preparados, mas sobretudo para aquelas que sequer esperamos. Somos humanos, somos limitados, e não temos condições de vislumbrar todas as possibilidades ou todos os problemas que possam estar pela nossa frente.

Não temos controle sobre nossos concorrentes, sobre o mercado, sobre o tempo, a meteorologia, e estamos sujeitos ao imponderável. E sobre isso, não há nada a fazer, a não ser aceitar que surgirão coisas inesperadas no nosso caminho.

Quando aquele treinador havia explicado para a seleção brasileira como devia jogar, de forma didática e detalhada, o fantástico Garrincha questionou... será que tinha ficado combinado com o adversário ?

Assim é a vida, assim são as nossas atividades. Não temos como combinar os problemas que teremos, talvez tenhamos sorte as vezes de encontrar parceiros, profissionais e pessoais, com quem possamos combinar o que queremos fazer e conseguir realizar nossas atividades segundo o planejado.

Então, como enfrentar estes desafios novos, inesperados ? Como não se deixar cair, ao primeiro sinal de problemas ?

O que nos faz seguir em frente, enfrentar o desafio, a dificuldade, o problema, é a motivação. Motivação esta que não vamos encontrar num artigo, num livro, numa revista, num filme ou numa música, por mais que eles possam nos elevar o espírito e fazer nosso mundo parecer um pouco melhor por algum tempo.

De verdade, somente o que pode nos motivar, sem sombra de dúvida... somos nós mesmos. Somente através do nosso próprio empenho, somente através de nosso próprio espírito é que conseguimos reunir forças, sabe-se lá de onde por vezes, para olhar dentro dos olhos daquele problema que está nos atormentando, levantar de nossa posição de desafiado, e procurar contornar o problema, vence-lo, supera-lo.

Quando estamos desenvolvendo uma atividade que queremos, quando estamos executando algo em que acreditamos, envolvendo pessoas que de fato estão engajadas no processo trabalhamos, fica muito mais fácil buscar razões, buscar motivos para seguir em frente.

Por isso a necessidade de criar um ambiente favorável ao desenvolvimento de nossas atividades. Em todos os sentidos, pessoal e profissionalmente.

Se temos ao nosso lado aliados, pessoas engajadas, estas serão parte do processo de solução de nossos problemas, estes serão aqueles que estarão ao nosso lado nos momentos de dificuldades. Estes estarão junto conosco buscando forças para vencer.

Mas, se ao contrário, o que conseguimos construir ao longe de nossa caminhada é um grupo de inimigos, ou indiferentes, talvez nós mesmos nos questionemos para que vale a pena seguir em frente e tentar enfrentar e superar o desafio. Neste caso, não encontramos razões, não encontramos motivos... não temos motivação.



Encontrar dentro de nós mesmos os caminhos para o sucesso é um dos maiores desafios que temos em nossas vidas, em todos os nossos empreendimentos.

Construir, ao longo da vida, um caminho correto, com apoios, com amigos e com parceiros confiáveis, pode ser uma grande força naquele instante em que parece não haver nada ou ninguém capaz de nos ajudar a vencer o desafio.

E não devemos nunca esquecer que a diferença entre superar ou não um desafio, vencer ou não uma dificuldade, passa por estarmos ou não motivados na tarefa que estamos desenvolvendo. Está em acreditar ou não acreditar em nós mesmos.

Motivação vencedora ? É o único caminho.